COREM 1ª Região

 

 

 

Nota COREM 1R

Contra o leilão do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB)

 

Foi com um misto de surpresa e indignação que o Conselho Regional de Museologia – 1ª Região recebeu a notícia do leilão do prédio que abriga uma das principais instituições de memória da Bahia e do país. Trata-se do casarão localizado na Quinta do Tanque que, desde 1980, abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB), instituição arquivística de referência para o Brasil. O imóvel é tombado pelo Iphan e possui inegável valor histórico, cultural e patrimonial.

Diante da relevância do conjunto arquitetônico e do acervo precioso salvaguardado pelo APEB, a venda do prédio representa um dano irreparável à sociedade brasileira, expondo, mais uma vez, a grave risco um patrimônio de valor inestimável e referencial para a compreensão do nosso passado e presente. Assim, estão ameaçados o nosso futuro e as inúmeras possibilidades de reconhecimento das trajetórias individuais e coletivas que estão presentes nos conjuntos patrimoniais de valor local e nacional.

O COREM 1R endossa e apoia as diversas manifestações já proferidas por entidades de classe, conselhos profissionais e instituições acadêmicas, no sentido de repudiar tal ato, extremamente lesivo ao interesse público, reafirmando nosso compromisso e da classe profissional de museólogos(as) com a salvaguarda do patrimônio, com a permanência e garantia de plenas condições para o funcionamento do APEB e com a cobrança necessária ao poder público para que envide todos os esforços necessários à resolução da questão, com a permanência do imóvel para o usufruto coletivo.

Nos solidarizamos com as(os) trabalhadoras(es) do APEB e reafirmamos a imperiosa necessidade do Estado da Bahia prover ao Arquivo e às demais instituições de memória as condições ideais para a conservação de um conjunto patrimonial tão relevante à memória da Bahia, do Brasil e do mundo. A saída para a atual situação precária de nossas instituições passa pelo estabelecimento e continuidade de políticas públicas sérias, duradouras, consistentes e sustentáveis em prol de nossa memória, que reafirmem a centralidade do patrimônio para o nosso presente e futuro.

Salvador, 9 de novembro de 2021

Diretoria do COREM 1R

 

 

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