COREM 1ª Região

Peça gráfica de fundo cinza esverdeado. Na parte superior, sobre tarja azul, o texto COREM 1R na mídia. Abaixo, ao centro, print de um texto intitulado A (ins)urgência dos museus. Abaixo, na parte direita, o texto A (ins)urgência dos museus é tema de artigo do Presidente do COREM 1R. Do lado esquerdo, a logomarca do COREM 1R.

 

 

 

 

COREM 1R na mídia: A (ins)urgência dos museus é tema de artigo do Presidente do COREM 1R

 

Com o título A (ins)urgência dos museus, o Presidente do COREM 1R, Museólogo Saulo Moreno Rocha publicou, na última quarta-feira (11/05), artigo na Coluna Opinião do Jornal O Povo, um dos mais importantes do Ceará. No texto, o Presidente destaca a importância de um olhar atento das esferas governamentais às políticas públicas de incentivo aos museus e cobra valorização à categoria profissional de Museóloga(o).

A publicação faz parte de uma estratégia importante assumida pela atual gestão do Conselho, de fomentar a presença e visibilidade da profissão em diferentes meios e instâncias. Às vésperas da 20ª Semana Nacional de Museus, conclamamos as(os) profissionais para que pautem em suas participações públicas, em diferentes momentos, a importância da profissionalização do campo museal, especialmente a partir da valorização e reconhecimento da(o) museóloga(o) e de sua relevância para a potencialização dos nossos museus e instituições de memória.

Leia, abaixo, o texto na íntegra:

A (ins)urgência dos museus
Saulo Moreno Rocha (Museólogo e Presidente do Conselho Regional de Museologia – 1ª Região)

Nas últimas décadas, o campo museal brasileiro vivenciou grande crescimento, verificável por meio do aumento expressivo de instituições criadas no país. Ao mesmo tempo, no presente, somos confrontados cotidianamente com ataques sistemáticos e desleais às políticas públicas de educação, ciência e cultura. São distintos projetos de país que se confrontam na esfera pública, revelando disputas e também diferentes visões.

O Ceará, destoando do restante do país, tem aumentado o investimento público em cultura, demonstrando um inequívoco compromisso com a democratização e o fomento à produção artística e cultural. Contudo, apesar dos avanços, algumas situações geram preocupação, temor e, principalmente, angústia. Urge, mais do que nunca, uma reflexão ampla sobre os novos projetos e a sustentabilidade de muitas iniciativas.

Ao completar 90 anos, com uma trajetória marcada por serviços relevantes prestados à sociedade cearense e nacional, o Museu do Ceará permanece de portas fechadas e a sociedade não tem sido devidamente informada sobre os rumos do primeiro e mais antigo museu do estado. Enquanto o Governo anuncia vultosos investimentos para a criação de novos museus e centros culturais, a impressão que fica é que falta um olhar mais cuidadoso e generoso às instituições já consolidadas.

No ano em que celebramos o centenário do Museu Histórico Nacional, observamos atônitos a não nomeação da profissional selecionada em chamada pública para o cargo de direção. Desmontes no IPHAN e omissões no Ibram definem um cenário difícil e perigoso, que coloca em risco o patrimônio nacional e as conquistas alcançadas com muita luta.

Urge indagar: a quantas anda o planejamento dos nossos museus? Quantos atendem à obrigatoriedade de construção participativa de seus planos museológicos? No Ceará de mais de 180 museus, temos somente 8 museológas atuantes e esse número diz muito sobre como as nossas instituições estão sendo tratadas. O futuro do nosso passado e o presente do nosso patrimônio exige ação e articulação. Exige, antes de tudo, ação e transformação!

Referência: Publicado originalmente no Jornal O Povo, Fortaleza, Ano XCV, Edição nº 31.723, Quarta-feira, 11 de maio de 2022, p. 20.

 

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